quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Conto: A DANÇA DA DUNA LUNA

FOLHA 1
Luna é irmã da duna Nuna e, tal como ela, sente comichão quando homens e animais caminham na praia, com os pés des­calços e com os dedos a fazer fosquinhas.
No Verão, Luna é um riso enorme e macio, que se confun­de com a rebentação das ondas, quando milhares de pés nus se passeiam sobre ela, e quase morre de cócegas.
FOLHA 2
Luna e o Vento adoram pregar partidas aos veraneantes, ocultando roupas, malas, óculos e chapéus-de-sol sob o areal. Antigamente, escondiam os barcos e as redes de pesca, pela ca­lada da noite. No dia seguinte, os poucos pescadores que viviam na praia passavam o dia à procura das suas embarcações.... Hoje acontece o mesmo, só que há muito mais coisas para tapar.

FOLHA 3
As pessoas perdem-se no meio da imaginação de Luna, e têm de procurar a sua toalha, pendurada no tentáculo duma escultura de polvo, ou resgatar os seus óculos ao volante de um carro de areia. Por causa destas brincadeiras de Luna, não há pessoa que não a queira ir visitar.

FOLHA 4
Mas cada dia que passa, Luna brinca menos com o vento. Está triste.
-O que tens, Luna? - pergunta-lhe o vento de Sueste que, de todos os ventos, é o mais imaginativo e matreiro.
-Não me consigo mover tão bem. Há partes do meu corpo e não se mexem e estão a ser comidas pelo mar.
-Quais são? - e Luna explicou onde era:
-Aqui, aqui e aqui.
-Não te preocupes, eu vou ver o que se passa.

FOLHA 5
Duna Luna é toda uma ilha-barreira. Graças a ela, uma parte do mar é uma laguna de águas calmas, situada entre a ilha e o continente. Só que o mar sempre reclamou aquele bocadinho de água salgada e Luna vive numa luta constante, movendo-se para cá e para lá. Sempre conseguiu vencê-lo. O que estaria a acontecer agora?

FOLHA 6
Quando se dirigia para o primeiro local apontado por Luna, Sueste encontrou um casal de robalos que tinha vindo desovar nas águas quentes da laguna. Estava maré-alta.
Parou e perguntou-lhes:
-Amigos Robalos, sabem porque motivo não se pode mover a Duna Luna?
-Não sabemos, mas a Ria tem cada vez mais ondas e é cada vez menos segura para criar os nossos filhos.
Sueste seguiu o seu caminho e, quando lá chegou, só viu ca­sas de betão e ruas de asfalto.

FOLHA 7
Quando se dirigia para o segundo local apontado por Luna, encontrou um casal de galinhas-sultanas a almoçar, no sapal da laguna. Estava maré-baixa.
Sueste parou e perguntou-lhes:
-Amigas Sultanas, sabem porque motivo não se pode mover a Duna Luna?
-Não sabemos, mas a Ria tem cada vez menos minhocas e 3 lama está a ficar mais salgada.
Sueste seguiu o seu caminho e, quando lá chegou, só viu casas de betão e ruas de asfalto.

FOLHA 8
Quando se dirigia para o terceiro local apontado por Luna, o vento Sueste agitou uma comunidade de estornos. Estava no centro da ilha.
Parou e perguntou-lhes:
-Amigos Estornos, sabem porque motivo não se pode mover a Duna Luna?
-Não sabemos. Mas o que é certo é que nós sempre ajudámos a Luna a segurar a areia. Agora que somos menos, muita dela é levada pelo mar.
Sueste seguiu o seu caminho e, quando lá chegou, só viu casas de betão e ruas de asfalto.

FOLHA 9
Numa esquina, estava uma cabana muito antiga, de madei­ra. Sueste pediu-lhe guarida. Precisava descansar um pouco. E perguntou-lhe:
-Amiga Cabana, sabes porque motivo o mar está a comer a Duna Luna?
-Não sei. Mas antes, via-te a ti, vento Sueste, e a todos os teus irmãos ventos brincarem com a Duna Luna em toda a extensão do areal.
Agora, nem consigo ver o mar.

              FOLHA 10
Conclusão - Cada grupo faz a sua conclusão do conto.

 Boa Leitura.
Conto retirado do livro "Contos do Mago", texto de Helena Tapadinhas, 2009.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Figuras Reversíveis - Maurits Cornelios Escher


Existem imagens em que figura e fundo alternam com o mesmo valor. São figuras reversíveis ou ambíguas. Nestes casos, o mesmo tipo de estímulo visual pode dar origem a diferentes percepções. O nosso cérebro tem dificuldade em distinguir a figura e o fundo porque estas se confundem. A alternância de visualização é decidida pelo observador. A ima­gem, que primeiro reconhecemos como figura, passa a ser o fundo, numa segunda observação.




Neste espaço pode experimentar-se o mundo fantástico de Escher, em que predominam as ilusões espaciais e a geometria se transforma em arte e a arte em geometria. As suas estruturas impossíveis são brilhantes.

O artista holandês Maurits Cornelios Escher, mestre da ambiguidade, criou várias composições em que a forma, numa parte da superfície do campo, passa a ser fundo, através da utilização do contraste a preto e branco. Estas composições estão expostas pela primeira vez em Portugal na Fundação Eugénio de Almeida em Évora. Tower of Babel, Day and Night, Sky & Water, Drawing Hands e Relativity são algumas das litografias, xilogravuras e gravuras, de um total de 50 pinturas em mostra.
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---------------Informações úteis ------------
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Datas: 08 Out a 13 Fev 2011
Local: Fundação Eugénio de Almeida, Évora
Organização: Fundação Eugénio de Almeida