terça-feira, 3 de maio de 2011

Exposição de Pintura "Quatro: Sofia Areal, Manuel Casimiro, Jorge Martins e Nikias Skapinakis"

5 de Maio: Inauguração da exposição de pintura “Quatro: Sofia Areal, Manuel Casimiro, Jorge Martins e Nikias Skapinakis”
Os Artistas Unidos e a Câmara Municipal de Sines apresentam uma exposição de pintura intitulada QUATRO, que reúne trabalhos de Sofia Areal, Manuel Casimiro, Jorge Martins e Nikias Skapinakis, no Centro de Artes de Sines. Os quatro artistas estarão presentes na inauguração, a 5 de Maio, às 19h00.

Quatro pintores expõem pintura. Começaram a fazê-lo juntos, em Lisboa, na Giefarte, em Fevereiro de 2010. E em 2010 continuaram, numa exposição que, produzida pelos Artistas Unidos, já esteve no Teatro Municipal da Guarda e passou pelo Armazém das Artes (Alcobaça).

A exposição no Centro de Artes de Sines está patente até 29 de Maio e pode ser visitada, todos os dias, entre as 14h00 e as 20h00, com entrada livre.




 
Siga-nos no Facebook
www.facebook.com/centrodeartesdesines


Mais informações
www.centrodeartesdesines.com.pt
Tel. 269 860 080


.
---------------Informações úteis ------------
.
Datas: 05 Mai a 29 Mai 2011
Local: Centro de Artes de Sines, Sines 
Organização: Os Artistas Unidos e a Câmara Municipal de Sines
Fonte: Agenda Municipal de Sines (Maio-Junho 2011)


APENAS A PINTURA

Nada, sim, nada mesmo liga, nada une estes trabalhos de artistas tão diferentes, nada. Nem nada de comum eles nos prometem, não.

Pois que poderíamos lançar entre a distância tão medida de Skapinakis, a sua lucidez apolínea, o seu rigor mental e o fulgor abrasivo de Sofia Areal? Ou entre a acrobacia dos círculos de Sofia e as provocações geométricas de Manuel Casimiro, no seu sempre enigmático gesto desviante? E a turva melancolia que se desprende destas telas translúcidas de Jorge Martins? Nem a idade, nem os pressupostos, nem as técnicas, nem os tempos, nem o momento da vida, nada ocupa neles o mesmo lugar, nada os une.

Nem nada querem impor, lei ou programa.

Diz Skapinakis: apenas os une o gosto de pintar.

Apenas a pintura: e tão diferentes, tão.

E será devido à claridade desse gosto simultâneo, desse diário trabalho, dessa persistente inquietação com as transformações da tela que esta inesperada junção de quatro artistas singulares (e tão distantes) me toca e surpreende.

Cada qual estará no seu recôndito isolamento, no silêncio escolhido do seu atelier, sozinho. E, no entanto, sabemos que estas serão telas que foram feitas (talvez) na mesma tarde de sol, simultâneas, talvez terminadas no mesmo fim de luz do dia, talvez, na sua admirável diversidade, vividas no mesmo conturbado tempo, depois da mesma notícia ouvida na rádio, ouvindo talvez a mesma música, no mesmo vento que se levanta do mar.

E que um mesmo tempo as ligue, a elas, tão diversas, eis como permanece este gesto destemido de pintar, cada vez mais solitário, intensamente vivido nas regras que cada um se propõe, sem amarras.

Sempre recomeçando, a pintura.

Que este surpreendente, admirável entendimento é isso mesmo: nem doutrina nem receita, nem programa nem lei, apenas o convívio companheiro de quatro artistas, um gosto realmente comum, um desafio.

E talvez seja essa, hoje, a grandeza da pintura, a sua espantosa diversidade, a sua liberdade sem constrangimentos, a sua intensa des-programação.

Esta é a entrada num louvor: o desse diário trabalho contra as leis uniformes deste tempo.

Jorge Silva Melo
Maio, 2010

Sem comentários:

Enviar um comentário